Entre a
última assembléia dos professores da UFRJ e o debate com Freixo na Tijuca,
entrevistamos Babá sobre a conjuntura em que ocorrem as eleições.
Como anda a greve dos Servidores?
Babá: Vários setores aceitaram o acordo proposto pelo governo, como
a FASUBRA, o SINASEFE e a CONDSEF. É um acordo ruim, de 15% parcelado em três vezes
– 5% a cada ano até 2015, que vai significar perda salarial, pois a inflação
agora está beirando 6%. Há setores que não aceitaram o acordo como a
Polícia Federal, a ANVISA e a Receita Federal. No caso dos
professores, o ANDES-SN não assinou nada com o governo, mas algumas bases indicaram
a saída da greve, como a UFRJ.
Que avaliação você faz desse processo?
Babá: É evidente que nenhuma categoria alcançou a pauta.
Mas realizamos o movimento grevista mais fantástico dos últimos 20 anos,
expressando a força da nova geração que chega com menos peso
do passado, desacorrentados do PT e da CUT.
Lhes digo que foi uma greve maior que a de 2003, contra a Reforma da
Previdência. Desse ponto de vista, foi ruim que as direções governistas
tenham aceitado esse acordo, visto que tínhamos força para conquistar muito mais. É triste ver que setores da esquerda com a CONLUTAS legitimaram o recuo da greve em nome de uma suposta “força do governo”.
O fato é que avançou o desgaste
de Dilma e do PT entre os servidores públicos, o que vai se expressar nas urnas.
O Julgamento do mensalão também influência nesse mesmo sentido...
Babá: Sim. Chegamos ao julgamento do mensalão em pleno processo eleitoral. E a condenação do ex-diretor do
Banco do Brasil Henrique Pizzolato, de Marcos Valério e João Paulo Cunha, impôs queda eleitoral aos candidatos do PT nas últimas pesquisas. Porém temos que estar atentos, não podemos confiar nesse STF
que absolveu Collor e garantiu a vaga de Jader Barbalho no senado. Temos que
seguir de olho!
O Pior é ver a Ministra Miriam Belchior, algoz dos servidores, gravando vídeo em
apoio a João Paulo afirmando que queria “elegê-lo
para dar continuidade ao modo petista de governar”. Um absurdo! Por isso é importante seguir construindo o
PSOL, para as lutas e como alternativa eleitoral.
E quais as tarefas para os próximos dias?
Babá: Nos próximos dias temos que seguir apoiando os
setores que seguem em greve, como a Policia Federal ou a UERJ; apoiar as campanhas
salariais dos Bancários, Correios, Petroleiros...; combater a
proposta da Dilma de retirada do direito de greve dos servidores; organizar uma
campanha exigindo o não pagamento da dívida pública aos banqueiros e o fim as
isenções fiscais aos empresários, canalizando recursos para salário, serviços
públicos e áreas sociais. Lembrando, sempre, que em outubro devemos combater os
candidatos do ajuste fiscal e votar no PSOL 50!
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