terça-feira, 4 de setembro de 2012

“Construir o PSOL como alternativa para as lutas e eleições”


Entre a última assembléia dos professores da UFRJ e o debate com Freixo na Tijuca, entrevistamos Babá sobre a conjuntura em que ocorrem as eleições. 


Como anda a greve dos Servidores?
Babá: Vários setores aceitaram o acordo proposto pelo governo, como a FASUBRA, o SINASEFE e a CONDSEF. É um acordo ruim, de 15% parcelado em três vezes – 5% a cada ano até 2015, que vai significar perda salarial, pois a inflação agora está beirando 6%. Há setores que não aceitaram o acordo como a Polícia Federal, a ANVISA e a Receita Federal. No caso dos professores, o ANDES-SN não assinou nada com o governo, mas algumas bases indicaram a saída da greve, como a UFRJ.

Que avaliação você faz desse processo?
Babá: É evidente que nenhuma categoria alcançou a pauta. Mas realizamos o movimento grevista mais fantástico dos últimos 20 anos, expressando a força da nova geração que chega com menos peso do passado, desacorrentados do PT e da CUT.  Lhes digo que foi uma greve maior que a de 2003, contra a Reforma da Previdência. Desse ponto de vista, foi ruim que as direções governistas tenham aceitado esse acordo, visto que tínhamos força para conquistar muito mais. É triste ver que setores da esquerda com a CONLUTAS legitimaram o recuo da greve em nome de uma suposta “força do governo”.
O fato é que avançou o desgaste de Dilma e do PT entre os servidores públicos, o que vai se expressar nas urnas.

 O Julgamento do mensalão também influência nesse mesmo sentido...
Babá: Sim. Chegamos ao julgamento do mensalão em pleno processo eleitoral. E a condenação do ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, de Marcos Valério e João Paulo Cunha, impôs queda eleitoral aos candidatos do PT nas últimas pesquisas. Porém temos que estar atentos, não podemos confiar nesse STF que absolveu Collor e garantiu a vaga de Jader Barbalho no senado. Temos que seguir de olho!
O Pior é ver a Ministra Miriam Belchior, algoz dos servidores, gravando vídeo em apoio a João Paulo afirmando que queria “elegê-lo para dar continuidade ao modo petista de governar”. Um absurdo!  Por isso é importante seguir construindo o PSOL, para as lutas e como alternativa eleitoral.

E quais as tarefas para os próximos dias?
Babá: Nos próximos dias temos que seguir apoiando os setores que seguem em greve, como a Policia Federal ou a UERJ; apoiar as campanhas salariais dos Bancários, Correios, Petroleiros...; combater a proposta da Dilma de retirada do direito de greve dos servidores; organizar uma campanha exigindo o não pagamento da dívida pública aos banqueiros e o fim as isenções fiscais aos empresários, canalizando recursos para salário, serviços públicos e áreas sociais. Lembrando, sempre, que em outubro devemos combater os candidatos do ajuste fiscal e votar no PSOL 50!

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