terça-feira, 28 de agosto de 2012
Rio de Janeiro fora dos trilhos: violência, privatização e um ano sem bondinho
É preciso derrotar nas ruas e nas urnas, Eduardo Paes e Sergio Cabral
Escreve
Babá*
Diferente
do que o ex-presidente Lula declarou no programa eleitoral de Eduardo Paes,
nossa cidade perdeu muito nos últimos anos. O condomínio de legendas de aluguel
sob gestão do PMDB-PT transformou o Rio de Janeiro na cidade das negociatas.
Cabral e Paes tentam novamente ludibriar os eleitores com as promessas de
futuro promissor através de jogadas de marketing utilizando os grandes eventos,
como a Olimpíada. Mas nas últimas semanas, novamente, tivemos provas do
descompromisso dos atuais governantes para com os interesses dos trabalhadores
e do povo.
UPP’s – Nessa Paz não acredito!
Em
primeiro lugar no crescimento da violência. No Bairro da Tijuca, a preocupação
dos moradores aumentou após o assalto a um restaurante em plena luz do dia. O
cruzamento das ruas Mariz e Barros e Professor Gabizo, transformou-se num palco
de guerra, com troca de tiros entre assaltantes e a PM e a praça Afonso Peña
foi arena de perseguição policial. A rotina normal de deslocamento para o
trabalho foi estilhaçada do mesmo modo que os vidros doRestaurante Brasa Gourmet. O sossego chegou ao fim do mesmo
modo com que vidas daqueles pobres assaltantes. Um deles foi capturado com
vida, mas chegou morto ao Hospital. Na prática foi assassinado no percurso,
situação para a qual as autoridades inventaram o nome de “auto de resistência”.
Infelizmente
não é uma realidade apenas da Tijuca. Três crianças e uma jovem perderam suas
vidas em decorrência de violentas operações policiais em Guadalupe, Costa
Barros e Pavuna. Há ainda 15 assassinatos decorrentes de operações do BOPE no
morro do Dendê, na Favela da Maré e Arara.
A
violência e insegurança podem ser vistas até mesmo nos números divulgados pela
PM, com o aumento de 158% dos autos de resistência, tirando a vida das
populações mais pobres e desassistidas.
De
acordo com dados da ONU, em todo país 50 mil pessoas foram assassinadas no
último ano, classificando as metrópoles nacionais entre as mais violentas do
mundo, o que incluiu a nossa cidade.
O
problema da segurança pública não será resolvido com violência policial e mais repressão,
porque toda a política segue marginalizando o povo, removendo populações de
áreas cobiçadas pela especulação imobiliária, impondo a ditadura das milícias
em vastos territórios periféricos. Isso, num país que figura entre os mais
desiguais da América Latina, com mais de um terço de seus habitantes em favelas
e 60% do território descoberto de saneamento básico, sem falar nas péssimas
condições da educação e saúde públicas.
Sem
investimento em áreas sociais, sem rever os contratos com empreiteiras como a
DELTA, sem rejeitar as negociatas como as praticadas com a Fetranspor, não
haverá verdadeira saída para a segurança, pois milhares de crianças e
adolescentes, que hoje não vislumbram qualquer perspectiva de futuro serão
atraídos para o mundo do crime ou serão vitimas inocentes da violência policial.
Por outro lado necessitamos rever a lógica do atual “choque de ordem”.
Necessitamos qualificar melhor nossa tropa, desmilitarizar a guarda municipal,
conceder o reajuste salarial reivindicado pelos praças, garantir direito de
livre manifestação e organização sindical para os militares, além de
reincorporar os demitidos PM’s e Bombeiros grevistas, a exemplo do Cabo
Daciolo.
Não à Privatização do Galeão
Dilma,
com apoio de governadores e prefeitos, acaba de lançar a nova fase de seu plano
de privatizações da infraestrutura nacional, abrangendo estradas, ferrovias e
aeroportos. Tudo absurdamente financiado com recursos públicos do BNDES.
A
forma não pode nos confundir: concessão, terceirização, parceria
público-privada, são apenas outros nomes para denominar a privatização. No caso
do Galeão, o pomposo nome Parceria Público-Privada é a forma encontrada para
entregá-lo aos interesses de uma empresa estrangeira do setor. O que é mais
absurdo, é que as vésperas da privatização, a INFRAERO realiza um investimento
de R$ 153 milhões no aeroporto, que é um dos poucos que possui lucro liquido de
arrecadação.
A
medida é um absurdo. Basta olhar o sistema de telecomunicações para ver os
problemas que a privatização impôs ao país e aos milhares de usuários da
telefonia ou ainda as consequências nefastas das terceirizações na educação e
das OS’s na área da saúde.
Santa Teresa não perde o bonde e a esperança
Após um ano da tragédia ocorrida com o bondinho, os moradores de
Santa Teresa e frequentadores do bairro voltaram a protestar. O descaso dos
governantes foi responsável pela perda de vidas humanas e pelos danos físicos e
emocionais aos mais de 48 feridos no fatídico acidente. No entanto Cabral e Paes
seguem de costas para a população mesmo após seus erros. Desconsideraram todos
os alertas, protestos e reivindicações da AMAST (Associação dos Moradores e
Amigos de Santa Teresa), que exigiam manutenção e mais investimentos. Agora,
por meio de licitação pretendem favorecer negociatas com empresas da Gang do Guardanapo,
impondo a empresa Ttrans S/A para fabricar novos bondes, de outros modelos.
Além de descaracterizar o histórico meio de transporte do local a empresa possui
o agravante de que deveria ter reformado os antigos modelos em 2005, veículos que
hoje estão parados. Pelo menos uma explicação vem a tona: queriam o fim dos
modelos anteriores para lucrar mais na confecção dos novos, bem ao estilo da “ética
do mercado” descrito pela empresa Locanty.
Não há outra saída: pra mudar é preciso lutar, como fizeram e fazem
os moradores de Santa Teresa. É preciso organização e mobilização. Por isso,
estive presente na manifestação por ocasião de um ano da tragédia,
juntamente com Eliomar Coelho, vereador do PSOL, Mc Leonardo, candidato a
vereador e presidente da Apafunk, Chico Alencar, nosso deputado federal, além
de Marcelo Freixo, o futuro prefeito do Rio.
Em outubro temos que dar o troco também nas urnas, votando no
PSOL, elegendo Marcelo Freixo prefeito e uma forte bancada de vereadores do
PSOL.
*Morador da Tijuca, integrante do comando de greve da UFRJ e fundador do
PSOL.
Leia mais:
Tragédia anunciada faz um anoMarcelo Freixo assume compromisso com LGBT's e moradores de Santa TeresaMarcelo Freixo defende a municipalização do bondinho de SantaTeresaTransportes: tudo tem que melhorar
Assista
vídeo:
Luta de classes: em defesa dos grevistas
Pelo atendimento das reivindicações, contra o corte de ponto e a criminalização dos movimentos sociais
Dilma, Cabral e Paes. Três
governos privatistas, corruptos e mentirosos. Atacam os trabalhadores e criminalizam
os grevistas. Contam sempre, com o auxilio da mídia burguesa, que repete o
falso discurso de que os servidores “ganham altos salários”, “prejudicam o país
com as paralisações” e “devem ter o ponto cortado”.
Na última semana, ao mesmo tempo
em que operava o desmonte da greve da universidade contanto com auxílio da Fasubra,
Dilma intensificou a perseguição aos servidores em greve, principalmente os
Policiais Federais e Rodoviários. Após se negar a negociar, baixar decreto para
substituição de grevistas (Decreto 7.777) ou assinar acordos com entidades
cartoriais (PROIFES), o Planalto judicializou as operações-padrão dos
Policiais, impondo multas de R$ 200 mil/dia as entidades que desobedecerem a
decisão do STJ. Agora, após a radicalização dos Policiais, Dilma ameaça com
demissões. Ao mesmo tempo desengaveta projeto de Lula para “normatizar” a greve
no serviço público, ou seja, acabar com esse direito no setor. Soma-se a isso o
corte de ponto, que atinge um número expressivo de manifestantes cariocas.
“Ao invés de perseguir os grevistas e conceder um kit de felicidade para
empresários como Eike batista, Dilma deveria atender as reivindicações das
categorias. Quem deveria ser atacado é o sistema financeiro que suga metade do
orçamento da nação, não os manifestantes que lutam por serviços públicos de
qualidade em beneficio da população”, declarou Babá após participar de
manifestação dos servidores no Maracanã.
Em
defesa da UERJ: Negocia, Cabral!
A greve unificada na UERJ já completou 2
meses, sem que o governo aceite negociar. Na última quinta-feira, 23/08, após o
movimento realizar um passeata nas proximidades do campus Maracanã, a Polícia
Militar invadiu o território da universidade atacando os manifestantes com bombas de gás
lacrimogêneo. As cenas lembram tristes capítulos da ditadura militar, quando os
espaços do saber eram transformados em palcos de guerra.
Em nota lançada nas redes sociais, Babá afirmou que “o principal responsável pela repressão é o
Governador Sergio Cabral, que criminaliza o movimento e se recusa a negociar
com os servidores, docentes e estudantes da UERJ. Esta é a prática deste
governo, como fez com a greve dos bombeiros e dos professores estaduais. O que aconteceu é um verdadeiro absurdo e deve ser repudiado por todos que
defendem uma universidade pública, gratuita e democrática”.
Babá, um vereador a
serviço dos grevistas
Ao mesmo tempo em que nos organizamos e lutamos necessitamos preparar
uma resposta também no terreno eleitoral. Por isso a campanha de Babá está a
serviço de divulgar as greves e as mobilizações dos trabalhadores e da
juventude.
Necessitamos derrotar Paes eleger Marcelo Freixo para colocar a prefeitura
a serviço dos trabalhadores combatendo as empreiteiras e a lógica da
cidade-empresa.
Com Babá vereador seguiremos a luta por nossas reivindicações,
exigindo democracia nas negociações, o atendimento de nossas pautas e o fim da
criminalização dos movimentos sociais, para que inverter a situação atual, onde
os governantes criminalizam as categorias em luta e cortam o ponto dos
grevistas.
Leia mais:
Mensalão: Lewandowski absolve João Paulo e defende impunidade aos políticos
É necessário tomar as ruas para evitar que o STF absolva os corruptos!
O julgamento do mensalão no Supremo
Tribunal Federal continua produzindo cenas lamentáveis. Após o desfile de
advogados defendendo a indefensável inocência de políticos e empresários, foi a
vez do revisor do processo decepcionar. O ministro Lewandowski votou pela
absolvição do ex-presidente da câmara dos deputados, João Paulo Cunha (PT),
demonstrando que deseja inocentar o chamado “núcleo político” do esquema,
dentre eles José Dirceu.
Os advogados dos mensaleiros, cujos
escritórios são os mais caros do país, comemoraram. Márcio Thomaz Bastos e
Antônio Carlos de Almeida Castro (Kakay), eram os mais alegres. O primeiro foi
ex-ministro da Justiça do governo Lula e até recentemente estava na defesa de
Carlinhos Cachoeira. O segundo é advogado de inúmeros políticos e poderosos corruptos,
dentre eles Demóstenes Torres (Ex-DEM).
Não podemos esperar parados que o STF faça
justiça verdadeira. Para Ministros como Dias Toffoli, que exerceu cargo na Casa
Civil durante a gestão de Dirceu, isso é impossível. É isso que explica o voto
de Toffoli em defesa de João Paulo Cunha, acompanhado o revisor do processo.
Pior é saber que esses advogados, ministros do STF
e o Procurador-Geral da República confraternizavam juntos num aniversário em Brasília,
durante o julgamento. Sendo que José Dirceu foi representado por Evanise Santos.
Na ocasião, o repertório musical da festa incluía o tema de "O Poderoso Chefão",
indicando claramente a presença de uma verdadeira máfia no poder, cujo cérebro é
Lula, que infelizmente não foi denunciado no processo.
“Temos que
tomar as ruas para colocar os corruptos na cadeia. Sem mobilização todos serão
inocentados pelo STF, a exemplo do que já ocorreu com Collor de Melo e outros
deputados. Basta ver que Ministros e Ministras de Dilma estão diretamente
envolvidos na campanha de João Paulo Cunha para prefeito. Basta ver que a CPI
não paralisou as ações ilegais do Bicheiro Cachoeira, nem pôs fim ao esquema de
Cavendish e dos governadores do comando Delta, que a exemplo de Sergio Cabral
seguem governando normalmente. Por isso, as greves devem incluir esse tema em
suas assembléias, o movimento estudantil deve fortalecer os protestos contra a
corrupção, como o dia do Basta em 7 de setembro, além de organizar outras
iniciativas. Além disso, o povo deve usar seu voto como uma forma de protesto,
caçando o mandato do partidos envolvidos em escândalos nacionais e locais”,
declarou Babá durante atividade na Tijuca.
Leia mais:
Pelos direitos humanos no mundo inteiro! Repúdio ao massacre do povo palestino, ao antissemitismo e ao sionismo. Contra a manipulação dos fatos com uso eleitoreiro!
Resposta à campanha da direita sionista contra o PSOL
Companheiros,
Antes de
entrar na nota em si, lhes repasso um link onde todos poderão ver as fortes
fotografias dos últimos ataques à Faixa de Gaza feitos em 2011 (http://fotografia.folha.uol.com.br/galerias/4192-bombardeios-em-gaza#foto-78060). As imagens são fortes e reais e seguem uma rotina de décadas.
Trata-se de mais um ataque opressor, de um Estado que subjuga um povo há muitas
décadas com um dos exércitos mais bem equipados e financiados do mundo, com
alto poder nuclear e financiamento direto dos Estados Unidos. Mais uma vez,
repudiamos esse ataque e nos colocamos em solidariedade ao povo palestino.
Essa nota tem
o intuito de esclarecer e debater o processo eleitoral e o ataque político que
estamos sofrendo neste momento, numa verdadeira campanha difamatória desencadeada
pela direita sionista contra o PSOL. Eu sou candidato a vereador e o PSOL,
partido do qual sou fundador, tem Marcelo Freixo como candidato a prefeito do
Rio. Nela, vou me posicionar sobre o momento da campanha e também sobre nossa
posição sobre temas como Estado de Israel, Palestina, sionismo, antissemitismo,
direitos humanos e humanidade. Para tanto, alerto o leitor que queira dialogar
conosco que temas de tal complexidade não puderam ser resumidos em poucas
linhas. Para completar, recorro a citações de organizações políticas e
intelectuais. Boa leitura e bom debate, sadio e democrático. Vai ter segundo
turno!
Assembleia de Jovens na Cinelândia refletiu o crescimento de Freixo |
O
crescimento de Freixo nas pesquisas eleitorais e nas ruas está precipitando um
movimento que se tornou corriqueiro nas eleições do Rio de Janeiro. A investida
dos partidários de Eduardo Paes que vinha se dando no campo da cultura,
acusando Freixo e o PSOL de serem antidemocráticos e de “dirigismo cultural”, em
relação às escolas de samba, agora se manifesta no debate histórico sobre o
Oriente Médio e as manifestações políticas acerca disso. Logo, logo, podemos
imaginar que buscarão outros temas considerados tabus para tentarem de maneira
desesperada impedir o nosso crescimento, que já é uma tendência.
Antes de
mais nada, quero esclarecer e reiterar que não apenas o PSOL, mas o conjunto da
esquerda acumula há muitos anos uma posição de ficar ao lado do povo oprimido
palestino, denunciando com veemência as atrocidades do Estado nazi-sionista de
Israel.
O fato de
agora, assim como o do carnaval e das escolas de samba, está eivado de
distorções, sensacionalismo e manipulação. Refiro-me a um vídeo onde eu
apareço, junto a outras pessoas, em uma manifestação em solidariedade ao povo
palestino e contra o massacre executado pelo Estado de Israel. O vídeo é de
2009, e nele, as bandeiras dos EUA e de Israel foram queimadas.
Sobre o
vídeo e sobre o tema, gostaria de considerar o seguinte:
A manifestação
Ato em defesa do povo palestino, em repúdio ao massacre em Gaza (Rio de Janeiro/2009) |
A
manifestação aqui do Rio fez parte de uma jornada mundial de manifestações de
solidariedade ao povo palestino que sofria um ataque militar naquele momento. Estamos
falando de mortes, que já contabilizavam cerca de 350, dentre elas várias
crianças e um hospital bombardeado.
A
orientação do PSOL (ler nota do PSOL http://www.liderancapsol.org.br/noticias/geral/558-psol-promove-atos-em-defesa-do-povo-palestino-.html?349dca8a83294b3c55eb74a2686523b3=d8e5dd89cab3c21790958dc7ee6d18ff ), foi a de impulsionar com toda a força a construção destas
manifestações como tarefa internacionalista e humanitária dos socialistas. O
ato, portanto, não foi apenas justo, mas uma OBRIGAÇÃO de quem defende os
direitos humanos em todo o mundo. Dele participaram militantes de todas as correntes
do PSOL. Somos contra as remoções que Eduardo Paes faz em nossa cidade, e somos
contra as remoções que Israel faz com os Palestinos. Somos contra a tortura e a morte que fazem em
nosso sistema penitenciário, assim como somos contra a que ocorre, todos os
dias, nas prisões israelenses.
Judeus queimam bandeira do Estado sionista de Israel, em defesa do povo palestino |
Sobre queimar bandeiras
Queimar uma
bandeira é um ato simbólico, que demonstra repulsa a tal ou qual instituição. Os
socialistas têm total repulsa ao Estado Imperialista norte americano e à
política do seu governo. Os socialistas também têm total repulsa ao Estado
racista nazista de Israel e ao seu governo.
Durante a
guerra do Vietnã, centenas de milhares de militantes pacifistas estadunidenses
queimavam a bandeira dos EUA, do seu próprio país, para demonstrar sua
indignação com a política estatal. Nós sempre os apoiamos. Caso os camponeses e
indígenas bolivianos queimassem uma bandeira brasileira por conta da ingerência
da empreiteira OAS e do governo brasileiro que destrói suas florestas, ficaríamos
do lado dos explorados bolivianos ou dos empreiteiros brasileiros? Certamente estaríamos
ao lado dos camponeses e indígenas bolivianos e não nos sentiríamos ofendidos
caso queimassem nossa bandeira para simbolizar seu repúdio. Somos
internacionalistas e afirmo que tenho mais coisas em comum com um trabalhador
boliviano, israelense, palestino, etc., do que com qualquer patrão, mesmo que
patriota, brasileiro.
Mas, além
de tudo isso já exposto, o que mais me impressiona ao ler os comentários na
internet, é que o ato de queimar bandeiras seja considerado algo violento,
bruto, agressivo e coisas do tipo. Os mesmos que falam isso deveriam refletir
que queimar uma bandeira não é absolutamente NADA comparado às décadas de
martírio de um povo, comparado às milhares de mortes. O único estado do mundo
onde a tortura é legalizada faz todos os dias mais ou tanta barbárie quanto algumas
das guerras mais violentas que o mundo já teve. Portanto, os humanitários de
verdade, não se preocupam com uma bandeira e com um símbolo, se preocupam com
as vidas. As vidas e mortes não são simbólicas, são concretas.
Sobre o antissemitismo
Sobre o antissemitismo
Nossos
detratores, os que postaram originalmente os vídeos, acusam-nos de antissemitismo,
o que significa que seriamos hostis aos judeus. Isto é uma absurda mentira,
pois o que é da tradição do verdadeiro socialismo é ser veementemente contrário
a qualquer discriminação aos judeus ou à qualquer povo, raça, etnia, ou
religião do mundo. Junto com isso, também de forma veemente, somos contra o Estado
racista e nazista de Israel e à sua política e não contra o povo
trabalhador que ali mora. Aliás, assistimos com entusiasmo as mobilizações de
trabalhadores e da juventude israelense, que ano passado foram aos milhares
para as ruas lutando por melhores condições de vida contra os planos de ajuste
de seu governo.
Da mesma
forma, saudamos com entusiasmo as diversas intifadas palestinas e nos colocamos claramente do seu lado.
Perguntamos aos nossos detratores, de que lado vocês estão: com a intifada ou
com a repressão dos soldados israelenses?
Sobre o Estado de Israel
Toda a história e tradição da esquerda
marxista e socialista tem sido de rejeição ao sionismo o que é bem diferente de
ser antissemita. Assim como repudiamos o antissemitismo, rejeitamos com a mesma
força o movimento sionista. Pois o sionismo foi a ideologia montada para
justificar e legitimar a invasão e
ocupação da Palestina em 1948, expulsando de suas terras no momento e nas
sucessivas guerras de ocupação mais de 4 milhões de palestinos; massacrando, encarcerando
e torturando. No território havia 950 mil árabes palestinos vivendo em cerca de
500 povoados. Em menos de seis meses sobraram apenas 138 mil pessoas, pois a
grande maioria dos palestinos havia sido assassinada, expulsa pela força ou
fugido aterrorizada diante dos bandos assassinos das unidades do exército
israelense.
Israel é um
estado artificial, um verdadeiro enclave do imperialismo para impedir que
avance a democracia, a independência e o socialismo nos países árabes. Não por
acaso é o país que recebe a maior ajuda militar por parte dos EUA e que possui um
poderoso arsenal atômico, além de nunca ter aplicado nem aceito as resoluções
da ONU que a condenavam pelo uso indiscriminado da força e da violência. Talvez
muitos tenham visto ou ouvido falar sobre a Faixa de Gaza e Cisjordânia: bem,
estas terras ocupadas pelos exércitos israelenses são hoje verdadeiros campos
de concentração como o foram os de Auschwitz ou Buchenwald
na Alemanha nazista. Há diversas personalidades de origem judia, intelectuais e
artistas, que hoje condenam e chegam a essa conclusão: o que o Estado de Israel
faz com os palestinos é a mesma coisa que os povos de origem judia sofreram com
a perseguição nazista e fascita. Como bem afirma o escultor a ativista, Nobel
da Paz, Adolfo Pérez Esquivel: “Os
ataques, a destruição e a morte em Gaza e no Líbano e as ameaças permanentes a
outros povos, têm levado o Estado de Israel a se transformar num Estado
terrorista, utilizando as torturas e os ataques à população civil nos quais as
vítimas são mulheres e crianças. Até quando continuará essa política de terror?”
Perguntamos
aos nossos detratores: vocês defenderam o Estado racista nazista da África do
Sul? Ou pelo contrário, como todos os democratas e socialistas do mundo,
lutaram e se solidarizaram com o povo negro sul-africano que finalmente e de
forma heroica derrotou esse estado racista? Pois bem: trata-se da mesma luta
contra um estado racista e nazista, que ataca e mantêm seu domínio sobre os
palestinos graças ao terror e a repressão feroz, da mesma forma que o fizeram
os sucessivos governos da minoria branca na África do Sul.
Camisa utilizada por sionistas: "1 tiro, 2 mortes", apologia ao assassinado de grávidas palestinas |
A
esquerda socialista tem a responsabilidade e a obrigação de dizer a verdade ao
povo brasileiro e educar as novas gerações sobre o real significado do Estado
racista de Israel, assim como de manifestar a irrestrita solidariedade com o
povo palestino. Vejamos alguns antecedentes que ilustram a batalha da esquerda
socialista (sublinhados nossos):
a) No site da corrente Enlace (PSOL) foi publicado em maio de 2012,
uma nota de um membro da esquerda revolucionária síria define: “Um Egito e
Síria progressistas, democráticos e
verdadeiramente independentes são infinitamente mais perigosos para o
apartheid estatal sionista e os seus territórios ocupados do que a
República islâmica e repressiva da Síria”.
b) Na Revista da Fundação do PSOL (Lauro Campos) em 24/08/12 aparece
uma nota de Rasem Shaban Bisharat, palestino e mestre em História pela
Universidade da Jordânia, que entre outras considerações define: “Israel não
tem o direito de reivindicar o caráter judaico do Estado e de privar os
palestinos da elegibilidade e da sua presença, ou o direito de retorno dos
proprietários de terras que foram deslocadas pela força em 1948 para trazer um novo
povo que nunca viveu naquela terra[...] Israel e o movimento sionista devem perceber que os mitos que eles haviam
fabricado para reivindicar direitos na Palestina histórica não passam de lendas
e pura fantasia e é impossível prosseguir incólume.
c) Em 2010, o nosso deputado federal Chico Alencar reproduziu no seu
boletim uma nota do MST em solidariedade com a Palestina. Reproduzimos
alguns trechos: “É preciso transformar essa indignação diante da violência
de Israel num gigantesco movimento de massas de caráter internacional que faça
recuar esse monstro nazi-sionista. O expansionismo e o militarismo israelense
são parte da tentativa do imperialismo de sufocar as legítimas lutas de
libertação nacional e por transformações sociais que se desenvolvem neste
momento em todos os países do mundo”.[...] O governo brasileiro deve voltar
atrás na sua decisão de firmar, ratificar e regulamentar o Tratado de Livre
Comercio Israel-Mercosul. Consideramos um grande erro manter relações
comerciais desse nível com um Estado que desrespeita cotidianamente os direitos
humanos e resoluções da ONU...”
d) Sob o título de ‘ISRAEL É UM ESTADO RACISTA’, a ativista e
escritora Mar Gijón Mendigutía convoca: “Já é hora de remediar o dano feito,
é hora de começar um poderoso movimento contra Israel igual ao que se fez
contra o apartheid da África do Sul”.
e) Na convocatória ao Ato em Solidariedade com o Povo Palestino de
junho de 2010, o Comitê de apoio denuncia: “Um dos manifestantes que esteve
na Faixa de Gaza há pouco tempo, denunciou que o ataque à frota Gaza Livre foi
comemorado pela juventude sionista nas ruas de várias cidades israelenses e que
o Estado de Israel trabalha noite e dia para introduzir sua mentalidade
fascista na consciência da população”.
f) Em novembro de 2011, nosso deputado federal Chico Alencar
participou de uma visita de cinco dias com uma delegação de congressistas de diversos
países à Faixa de Gaza e denunciou: “Do ponto de vista humanitário a situação é
terrível... Há três anos e meio que existe bloqueio militar e, há dois anos, a
chamada Operação Chumbo Derretido, condenada internacionalmente, inclusive com
restrições da ONU, representou um massacre àquela população”.
g) Nosso companheiro Milton Temer, ex-deputado e fundador do PSOL,
denuncia também a amálgama preconceituosa entre Judeu, sionista e israelense.
Afirma em seu blog em 25/06/12: “Para os sionistas fundamentalistas, sou um antissemita,
embora seja semita de origem. Por que? Porque não hesito em diferenciar o
sionismo, reacionário e xenófobo, do judaísmo humanista. Constato, pelo artigo
em anexo, que estou em boa companhia. Existe uma lista elaborada por entidade
sionista Self Hating and/or Israel Threatening,
cujas iniciais produzem a sigla SHIT (merda, em inglês), produzida por
site sionista, denunciando como traidores os judeus que não se alinham com a
política de Israel em relação à Palestina, mesmo quando cumpridores fiéis dos
preceitos da religião. Noam Chomsky, Daniel BenSaid, e Woody Allen estão
entre os mais de 7 mil judeus que "envergonham os judeus", por não se
renderem ao amálgama entre Judaísmo, Sionismo e Estado de Israel. Sinto-me
honrado pela companhia.”
h) O mesmo Milton Temer, em matéria de 17-03-12 denuncia: “No
confronto Israel-Palestina, não se trata de uma guerra entre dois Estados.
Trata-se da ocupação militar, por parte do governo de Israel do território
palestino usurpado ao longo de décadas, contra todas as resoluções
condenatórias da ONU. Trata-se da ação de um Estado religioso fundamentalista,
possuidor clandestinamente de um imenso arsenal nuclear, no papel de gendarme
dos interesses norte-americanos no Oriente Médio, contra um povo limitado a
pouco armamento portátil, quando se trata de resistência adulta, e a
estilingues quando exercida por um bando de desesperados garotos. Trata-se,
resumindo, de crime contra a humanidade que deveria ser alvo dos tribunais
internacionais...”
Lamentamos que alguns socialistas, por pura ambição eleitoreira, tenham abandonado estas definições e estas bandeiras, para se somar ao coro sionista contra os que continuam batalhando contra o estado sionista, racista e nazista de Israel, em favor da causa palestina.
Existem debates importantes entre os que defendem esta causa.
Devem ser feitos. Por exemplo, não acreditamos na “solução negociada”, de dois
estados, pois essa foi a política hipócrita do
imperialismo durante décadas, e são mais de 50 anos que vêm se demonstrando um
fracasso. De nossa parte, defendemos uma Palestina única, laica, ou seja, sem
religião de Estado, não racista e democrática, com o direito ao retorno de
todos os palestinos exilados, pela devolução de suas terras, e que
democraticamente o povo defina quem e como deva ser governada.
Para finalizar, voltamos a lamentar que se tente tirar vantagem
eleitoral de uma ação que nos orgulha: a luta sem quartel contra o Estado
sionista e racista de Israel, seu governo e seus símbolos. Chamamos à todos fraternalmente
a retomar a herança e a tradição socialista, de condenar esses crimes contra a
humanidade ao invés de condenar a queima das bandeiras de dois países que
simbolizam o extermínio do povo palestino.
Babá
Professor UFRJ, ex-deputado federal e candidato a vereador.
Corrente Socialista dos Trabalhadores – CST/PSOL
Babá faz campanha com Freixo em Ipanema e Santa Tereza
O fim de semana foi de muita campanha. No último domingo (26), Babá acompanhou Marcelo Freixo em atividade realizada na Praia de Ipanema, na qual esteve presente o deputado federal Jean Wyllys. Foi promovido um ato do segmento LGBT em apoio ao candidato a prefeito pelo PSOL.
Em Santa Tereza, Babá esteve com Freixo participando de atividade em memória de um ano do acidente do bondinho.
Foto: Adriana Lorete |
Foto: Adriana Lorete |
Foto: Adriana Lorete |
segunda-feira, 20 de agosto de 2012
A primavera Carioca começou: três mil jovens com Freixo ocupam a Cinelândia!
Dia 16 de
agosto, Auditório da ABI às 18:30h. Esta era a data, local e horário para a
Assembleia de jovens com Freixo. A expectativa de todos era que lotássemos o
histórico Auditório da ABI. Porém, mais ou menos às 18 horas, meia hora antes
do combinado, a fila para entrar no prédio já estava dando a volta no
quarteirão. O espaço que marcamos para que a juventude conversasse com Freixo
ficou pequeno. Sem titubear a juventude do PSOL, que organizou o evento, resolveu
fazer o que tantas juventudes tem feito no mundo inteiro: ocupar as praças!
Fomos para a Cinelândia, palco de manifestações populares e de momentos que
entraram para a história, e que nesse dia reviveu seus tempos áureos, mostrando
para a cidade que a política está mais viva do que nunca. Como toda a assembléia,
os cerca de 3 mil jovens que
participaram dela, tomaram uma decisão: levar Marcelo Freixo para o segundo
turno, para com mobilização da juventude e dos trabalhadores mudar o Rio de
Janeiro.
A
Primavera Carioca começou e toma conta das ruas e a juventude está entusiasmada
com a possibilidade levar Marcelo Freixo ao segundo turno, sobretudo após a
última pesquisa indicar crescimento do PSOL e queda de Eduardo Paes.
Durante
sua intervenção, Freixo deu um exemplo da mudança que pretende realizar,
combatendo as empresas e empreiteiras hoje beneficiadas por Sergio Cabral e
Eduardo Paes. “A Fetranspor (empresários
de ônibus) pediu para conversar conosco.
Nós respondemos que sim. Após vencermos a eleição, conversaremos, mas para
rever os atuais contratos”, declarou nosso candidato sob aplausos.
Comitê Freixo e Babá
O Comitê
de Juventude Freixo e Babá se fez presente com muita animação, agitando
bandeiras, faixas e inúmeros cantos como “Pra
primavera carioca acontecer, segundo turno com o Freixo eu quero ver”.
50 dias
com Freixo, rumo ao segundo turno!
Foi dada a largada para os 50
dias finais para eleger Marcelo Freixo e uma grande bancada de vereadores,
levando Babá 50100 para a Câmara Municipal. Enfrentaremos os poucos recursos e
o escasso tempo de TV, com a força do apoio da juventude e dos trabalhadores e
a sede de mudança da militância. Participe das atividades de campanha!
O governo Dilma mente! Há dinheiro para salário, plano de carreira e áreas sociais!
Estamos frente a um momento crítico da situação
política nacional. Uma onda de greves reclamando salário, plano de carreira e
condições de trabalho sacode o país de norte a sul, tendo na vanguarda os
servidores públicos federais. No entanto, também são parte da luta
trabalhadores da iniciativa privada como os caminhoneiros, motoqueiros, da GM
ou da construção civil, enquanto se preparam as campanhas salariais de petroleiros,
bancários, correios, químicos, entre outros.
O governo Dilma, que alardeava que a crise não
chegaria nunca ao Brasil, agora reconhece que está instalada. E como todos os
governos que respondem aos interesses dos ricos e poderosos, pretende que a crise,
criada pelo capital, seja paga pelos trabalhadores que não tem absolutamente
nenhuma responsabilidade.
Somado a isso, em plena campanha eleitoral, o
processo do mensalão volta a exibir as entranhas podres do sistema e dos
políticos corruptos, neste caso os do PT - mas também o são os partidos da base
governista, os tucanos, os do PP e do DEM, que utilizam dinheiro publico para
comprar votos e para o enriquecimento pessoal da absoluta maioria dos
políticos. Por isso, todos votam as medidas contra o povo, como a reforma da
previdência, os cortes de gastos nas áreas sociais e o orçamento, que destina
quase a metade para pagar juros aos agiotas do sistema financeiro. O mesmo é
visto no esquema DELTA-Cachoeira, Parceria Público-Privada organizada para
beneficiar Dilma e os governadores do PMDB (RJ), PSDB (GO) e PT (DF), além de
parlamentares do DEM, dentre outras siglas.
As centrais sindicais
protegem o governo
São mais de três meses que as greves não param. Em
Julho a CUT realizou seu 11º Congresso que passou despercebido para os milhares
de grevistas, e dando as costas para estes, os dirigentes da Central governista
dedicaram-se a defender Dirceu e Delúbio, réus do mensalão, aclamados como
heróis no Evento.
Agora, finalmente, juntaram-se as cinco centrais,
todas governistas – CUT, CTB (PCdoB) FS (PDT) CGT e Nova Central, e seus
dirigentes declararam “solidariedade com as greves”! Mas o que precisam os
trabalhadores é de muito mais que uma simples declaração de solidariedade, que
na verdade é uma manobra para tentar se re-localizar!
As centenas de milhares que lutam pelo país afora
não tem nenhuma referência na CUT nem nas centrais pelegas! Pelo contrário, na
imensa maioria dos casos, foram as bases, novos lutadores e novas gerações que
saíram a lutar contra a vontade dos dirigentes, em alguns casos impondo que os
próprios burocratas tivessem que decretar paralisações, pois do contrário...
Aconteceriam de qualquer forma!
A proposta de governo
de mísero aumento parcelado é uma vergonha!
Com a intermediação das centrais governistas o
governo Dilma oferece como “última proposta” míseros 15% de aumento em 3 anos:
5% em 2012, 5% em 2014 e 5% em 2015. Com esta manobra, além de não repor sequer
a inflação que já supera os 6%, tenta conter o movimento para que não lute nos
próximos 3 anos, como vergonhosamente já fizeram tempos atrás na CONDSEF entre 2008
e 2010. O mesmo acordo que impuseram nos correios há dois anos, rejeitado por
toda a base! Este acordo vergonhoso está sendo rejeitado por amplos setores dos
trabalhadores que estão realizando suas assembléias. Infelizmente, a direção
governista da Fasubra, com o apoio das correntes da esquerda como a Conlutas e INTERSINDICAL,
apoia e defende este acordo vergonhoso, o que indica o caminho que estas
correntes vão defender nas próximas assembleias.
Enquanto tenta controlar o movimento, o governo
Dilma, além das habituais concessões aos banqueiros, às multinacionais, as
empreiteiras e ao agronegócio, que são os que bancam suas campanhas eleitorais,
acaba de anunciar um plano de privatizações de estradas, ferrovias e portos que
entregará para a iniciativa privada lucrar, mas cujos investimentos serão
feitos com dinheiro publico do BNDES! Não por acaso o mega empresário Eike
Batista, cuja fortuna cresceu de forma estrondosa à sombra dos governos
petistas, declarou que o pacote anunciado por Dilma era um “kit de felicidade”!
Isto demonstra que dinheiro há! Bastaria com acabar
com as isenções fiscais, os “kits felicidade” para empresários corruptos e desconhecer
o pagamento dos juros da dívida pública usurária para garantir um nível decente
de salários, e os necessários investimentos em educação e saúde publica, na
segurança, em planos de moradia e em proteção ao meio ambiente.
Há outro caminho a seguir:
Unificar as lutas e construir uma greve geral
Está demonstrado que sobra a vontade e a decisão de
luta do povo trabalhador. O que falta são direções dispostas e defender seus
interesses de forma consequente.
Os últimos três meses representam um marco histórico, pois mostrou que
em nosso país está colocada a necessidade e possibilidade da unificação das
lutas, começando pelo setor público, e sua coordenação com o setor privado, o
que levaria a começar a trilhar o caminho da construção de uma greve geral.
Mas, os mesmos setores que se negaram a unificar,
são agora vanguarda em querer suspender a greve do funcionalismo público!
O governo Dilma, entre a crise da economia, o
julgamento do mensalão e as greves, sofre um importante desgaste. Trata-se de
uma visão errada a da “fortaleza do governo Dilma” medida somente a partir de
seu índice de aceitação nas pesquisas. Pois o fato marcante é que nem ela, nem
o PT, nem Lula nem a CUT conseguiram evitar o generalizado processo de greves
que, furando o bloqueio das direções, se impôs pela força da base.
As greves no funcionalismo não acabaram. E se
aproximam as campanhas salariais de petroleiros, bancários, correios, químicos.
É urgente que os lutadores classistas e combativos tirem conclusões e se
preparem para estas batalhas, formando comandos de greve que imponham a vontade
da base, que se coordenem os diferentes movimentos para construir e exigir uma
jornada unificada de lutas de todos os setores, para exigir do governo o
aumento salarial, o plano de carreira e as condições de trabalho reivindicados
nas lutas.
Esta será a forma de derrotar o governo: através da
construção de uma poderosa greve geral, que imponha o fim desta política
econômica com a suspensão do pagamento dos juros da dívida pública, que acabem
as isenções ao capital, que outorgue as reivindicações aos trabalhadores e que
invista nas áreas sociais como saúde, educação, segurança e moradia. Dessa
forma, serão os ricos os que pagarão pela crise que eles provocaram, acabando
de vez com a política criminosa de penalizar o povo por uma crise que não é de
sua responsabilidade.
Além da organização e da luta, que sempre são
necessários, os grevistas e ativistas do movimento social, devem refletir sobre
o processo eleitoral. É necessário derrotar os partidos que aplicam e apóiam a
atual política econômica que penaliza os trabalhadores, além dos políticos e
das empresas que sustentam essa falsa democracia corrupta que não nos
representa. Devemos mudar os atuais governantes e eleger parlamentares
lutadores e coerentes. O caminho passa por fortalecer a mobilização e, em
outubro, votar no PSOL.
Rio de Janeiro, 20 de agosto de 2012
Babá - Direção Nacional
do PSOL, professor da UFRJ, integrante do comando de greve docente.
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